O mês de março chegou ao fim e não se falou em outra coisa: a representação da mulher em todos os espaços. Mas, será que as mulheres na publicidade também têm marcado presença e criado outras narrativas?
De acordo com este artigo, a representação das mulheres no mercado publicitário está em alta, especialmente em cargos de liderança sênior. Mais do que isso, é a aposta em diversidade de gênero que está levando outras vozes para a indústria, criando anúncios diversos e autênticos. Mais representação, mais venda.
Enquanto essa discussão é feita fora do país, aqui no Brasil há conversas sobre a presença delas na criação e como seus resultados são transformadores.
Mas, nem sempre foi assim.
Apesar da Quartel contar com mais de 53% de profissionais mulheres (todas incríveis), nem todas as agências ou outras estações de trabalho são assim. Às vezes, esse cenário é construído não só pelos resultados dos processos seletivos, mas pela ausência de candidaturas.
A gente explica. Isso acontece devido à Síndrome de Impostora, que você provavelmente ouviu de Michelle Obama falar sobre em seu livro ou documentário. Mas, em termos práticos, essa síndrome está ligada às crenças de que uma pessoa é uma “fraude” e não merece um cargo de liderança.
Como resultado disso, as últimas análises do LinkedIn mostraram que 16% das mulheres não se candidatam por acreditarem que precisam cumprir 100% dos requisitos. Enquanto isso, os homens se candidatam mesmo que tenham apenas 60% deles. Ou seja, elas são mais exigentes consigo mesmas e têm menos confiança de que passarão em um processo seletivo.
Portanto, fica aqui a dica do nosso batalhão: não hesitem em se candidatar às nossas vagas!
Do outro lado das telas
Se por trás dos computadores as mulheres na publicidade estão dando passos importantes, na frente das câmeras para as campanhas também. Agora, elas passaram a ser representadas de outras formas, como maneira de incentivar aceitação e naturalização do corpo. Assim, será comum que daqui pra frente vejamos mulheres de diferentes etnias como protagonistas, bem como as plus size e mais velhas.
Mas, ainda segundo a matéria do The Guardian, nosso principal desafio, enquanto comunicadores, é o de não estabelecer mais rótulos para as mulheres. Pois, se antes elas tinham que ser magras, não deve ser obrigatório que agora elas tenham que ser fortes. Ou ainda, se antes o padrão Barbie era bonito, agora o das corajosas é o ideal.
A pergunta que fica é: dá para ser forte e corajosa o tempo todo? A gente sabe que não.
Talvez a alternativa para um novo cenário de mulheres na publicidade seja a que não usa adjetivos ou comparações para enaltecê-las. Mas, que conquiste o lugar fazendo com que elas se sintam bem.
Seja em produtos de utilidade, seja na rotina de skincare, o foco daqui pra frente para as mulheres na publicidade é a usabilidade dos produtos. Mas, o visual e o design não contam? Sim, mas não será o visual feminino esperado para as telas, e sim aquele que estabelece comunicação direta com cada uma, através do marketing humanizado.
The Future is female. A gente acredita nisso. Vem com a gente?